terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Buenos Aires: terceiro dia

Aconselhados pelos blogueiros de plantão, resolvemos passear pela Av. Santa Fé. Além de próxima ao centro e bastante diversificada em termos de comércio, a Santa Fé tem preços mais acessíveis que a Calle Florida justamente por não ser um destino turístico.

Eu quero contar a vocês tudo o que há por lá, ma snão sei se conseguirei lembrar com exatidão. Lojas de botas e sapatos, cosméticos, bolsas, casacos de couro e pele, eletrônicos; isso sem contar grifes como L'Occitane, Nike, Adidas... A ViaUno tem loja aqui, brasileiríssima. Não há tantas Freddos ou Havanas aqui quanto na Florida...é como eu disse, parece-me que a Santa Fé tem uma cara muito mais cosmopolita. Enquanto aqui se encontra de tudo, na Flórida há muitas casas de câmbio e lojinhas de produtos regionais.

Cuidado! Muitas lojas estão em promoção. No entanto, quando você calcula a paridade, o valor da compra fica muito próximo ao que é cobrado no Brasil...cuidado! Muitas pessoas nos reconhecem de longe...já vêm falando naquele português todo 'acentuado' DO NADA! Não conseguimos descobrir se é pela roupa, a fora como andamos, falamos...como nos globalizamos...simplesmente não sabemos.

O que podemos dizer com certeza, no entanto, é que, se temos muito em comum com os argentinos; por outro lado, temos também nossas diferenças. E eles sabem disso. A todo momento nos sentimos observados, avaliados. Seja na mesa, no taxi, nas lojas. Alguns nos olham com repulsa, como se fôssemos inferiores, melhor fingir que não viu.

Percebi vários comportamentos. Essa é uma sociedade extramente machista paternalista. Homens se dirigem a homens, na maioria das vezes. Para pagar a conta, perguntar as direções, dúvidas...eles falavam comigo, como se minha mãe e irmã não estivessem por lá. É bastante sutil, mas existe.

Houve um taxi em que o condutor não me permitiu sentar na frente; nos mandou nos três para o bando de trás. Houve outro em que não me autorizou entrada porque estava tomando sorvete.

Gente, existe sim uma rivalidade e isso é confirmado por várias pessoas. Na década de 80, a paridade estava muito mais a favor deles, o que justificou a invasão do sul do Brasil por muitos turistas argetinos. Todos sabem dessa história por lá da mesma forma que hoje se lamentam pela invasão dos brasileiros. Não sei porque toda essa ladainha, essa mal humor em algumas pessoas, se trazemos capital, rotatividade, mais empregos, desenvolvimento com nossa presença!

O fato, no entanto, é que em muitos lugares, quando se pergunta o preço de algo, muitos vendedores vão olhar para o item que você quer e para sua cara. Alguns deles levam 10 seg. para responder, o que me fez pensar se o preço é tão assim, 'constante'. Gente, eu vou criar polêmica sobre esse lugar. Muito bom, sim senhor, mas faço minhas ressalvas.

Enfim, o terceiro dia foi um dos mais divertidos porque conheci a região de BSAS fornecedora de insumos gastronômicos. Hotéis, chefes estudantes, confeiteiros, padeiros...todos se dirigem para essas regiões. É como nos disse o taxista, BSAS é dividida em bairros de interesse. Eu diria mais, em regiões de interesse, porque não chegam a ter bairros de um único produto. As tiendas de respotería ou repostero, por exemplo, pastelaria e tals, ficam na Rua Maipu, na Cochabamba...No google, procure por 'materias primas repostero'.

Há várias lojas. A Doña Clara (Av. Corrientes), vende tudo online. Muito silicone, acessórios Wilton, Silikomart, Pratikchef. 'Honholata' são formas de alumínio em formatos inusitados. Vão de formas de bolos até aquelas em formato de paixe para desenformar uma mousse.

A Nuevo Emporio (Cochabamba) é uma das maiores. Há muitos acessórios Silikomart, mas não todos do catálogo. Cake stands de acrílico, vidro ou cerâmica, parecidos com os da Maria Bigadeiro. Acessórios para se fazer sorrentino. Uma sessão da loja tem uma prateleira inteira para flores de glacê real, prontinhas para você usar. Uma caixinha com 25 unidades sai R$ 5,00. Há muitas cores e formas. Gente, hóstia colorida para eventos na Igreja? Aqui você acha.

De volta à Santa Fé, fomos numa lojinha do tipo 1,99. Gente, cerâmicas da Luminarc a preços ridículos de tão barato. Levamos xícaras, pires, molheirinhas, ramekins, bases para crème brûlée, pratinhos triangulares...

Nesse dia, também almoçamos num lugarzinho de nome 'La Farola'. Aqui, assim como em vários outros restaurantes, há pacotes de almoço. Com R$ 30 você escolhe a bebida, prato principal e sobremesa. Não chega a ser um bistrô, mas cheguei a comer um maravilhoso sorrentino de jamón com molho pesto.

De volta ao hotel, fomos pela segunda vez ao Brocollino. Tudo que é bom se repete, não é? Pois então, desta vez nos entupimos de Bruschettas e pizza. A massa deles é a melhor que já comi na minha vida. Utilizam para a base da pizza, mas também para o pãozinho que trazem à mesa. Eu já contei para vocês que me senti impelido a parabezinar o chef? Pois é! Foi assim que consegui a receita do bendito pão. Assim que fizer, fiquem juntinhos, vocês saberão!

Novamente, quis variar no suco. Desta vez, escolhi pomelo. É azedinho e amargo. Não adianta adoçar. Flavonóides na veia! Bom, eu não vou perder meu tempo, dizendo que a pizza marguerita deles estava de morrer. Não vou dizer que nos trouxeram manjericão numa travessinha , separado, para jogarmos sobre a pizza. Eu também não vou falar do maravilhoso e aromático azeite à mesa...tudo isso deve ser um tédio para você, não é mesmo? rs



3 comentários:

biaibueno

adorei! pareceu uma descrição etnográfica.

Unknown

Eh eh! Será resquício do mestrado de Ciências Sociais que larguei pela metade?

Obrigado e besos!

Anônimo

OLá, boa Tarde!
Poderia me informar em qual altura da Cochabamba fica a Nuevo Emporio?
Seu blog com dicas da Argentina está muito bom. Aproveito de várias dicas suas!
Parabéns!

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